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Pin ups e sua evolução ao longo dos tempos.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011


Atitude pin up é algo um tanto quanto mal compreendida. Lembrando, obviamente que atitude pin up e atitude vintage são coisas diferentes, embora as pin-ups se encaixem no contexto vintage.
Nesse texto, vou tentar falar um pouco sobre as várias faces que a cultura pin up adquiriu em épocas diversas e, claro, um pouco sobre como a atitude vintage se encontra no contexto atual:

Cada época produziu sua própria pin-up. E mais que isso, cada artista, seja ilustrador ou fotógrafo, expôs ao mundo à sua visão dessa parte do universo feminino. E ainda além, cada pin-up tinha sua atitude pessoal (muitas vezes copiada por tantas outras!). E se isso não é bem compreendido, a pin-up cai no estereótipo da mulher fatal, ou da tonta que fica fazendo caras e bocas de lolita.
Vamos aos fatos: Apesar do termo pin-up estar vinculado à um determinado período histórico, a atitude feminina que pode ser vista como uma atitude pin-up é bem mais antiga que isso e, portanto, vale a pena conhecer o que veio antes mesmo da fama das pin-ups:
Gibson Girl: 

A revista americana "Life" fez surgir o primeiro grande fenômeno pin-up, em 1887: a "Gibson Girl". Desenhada por Charles Dana Gibson, ela é burguesa, chique e está vestida! Mesmo se os trajes de banho que descem até os joelhos, parecem ser claramente ousados. Gibson impõe esta nova mulher como um ideal romântico. Com um belo corte de cabelo; bem arrumada, ativa e segura de si, a Gibson Girl seduz os homens com o seu charme, e as mulheres com as suas roupas na moda.

Flappers: 

A mulher meteu as caras e passou a invadir o espaço masculino, frequentar casas noturnas, beber e fumar em público e, como era de praxe para as flappers (conhecidas aqui como melindrosas), adotar uma postura ousada.

Vargas Girls 

Alberto Vargas foi um dos maiores ilustradores do universo pin-up. Suas mulheres eram realmente divas! O traço de seu desenho, mais realista, retratava mulheres sensuais, glamourosas e, obviamente, com o típico jogo que se tornou característica marcante nas pin ups: mostrar as formas do corpo, sem com isso mostrar tudo e banalizar a sensualidade (como é feito nos dias atuais, para a infelicidade geral da nação!)

As pin ups de George Petty 

As pin ups de George Petty tinham semelhanças com as de Vargas no quesito traço de desenho, mas carregavam uma aura diferente. As mulheres eram retratadas de maneira igualmente glamourosa, mas com uma ocilidade maior no olhar, uma postura que ficava entre a menina e a mulher, que já descobre sua sensualidade, mas carregando um ar mais angelical.

Antes da Segunda Guerra Mundial 

Desde o início do século as mulheres eram o estereótipo do romantismo, mas já denotavam uma segurança e poder que depois foi refletido mais explicitamente nas pin ups dos anos 30.

Durante os tempos de Guerra 

Durante a Segunda Guerra Mundial, elas alçaram o posto de deusas guerreiras, fortes, audaciosas, o ideal da mulher norte-americana da época. Lindas, sim, mas ativas ( tantas se alistaram com enfermeiras, enquanto outras foram pras fábricas meter a mão na massa, já os maridos estavam nas trincheiras, defendendo a pátria!) . E isso foi muito retratado nas imagens de pin-ups navy, ou em trajes de soldado.

Pin Ups do Pós-Guerra

Passada a guerra, a imagem da pin-up volta ao status de donzela... sexy, sim, mas com a ingenuidade e pureza que os homens querem de suas mulheres ao retornarem pra casa depois da batalha!

A irreverência 
E voltando aos anos 20, algumas divas do cinema da época conseguiam manter uma aura de sensualidade, mesmo fazendo caras e bocas irreverentes, resvalando para o humor. Clara Bow é um ícone da época.

Mais adiante, o seriado I love Lucy reassaltou na personagem as características de uma dona de casa cômica, mas que não deixava de ter um quê de sensualidade e das artimanhas tipicamente femininas! ^-^

No filme "If a man answers”, de 1963, Sandra Dee era uma esposa que usava um livro sobre adestramento canino para aplica-lo no marido. Havia cenas hilárias, com ela recompensando o bofe com coçadinhas atrás da orelha, como fazemos com os cães quando obedecem a uma ordem do adestramento. hahahahahaha... é o poder feminino de domar o macho sem que ele se dê conta de que, sim, we get the real power!!!!

Sensualidade Gritante 

Algumas pin-ups encarnaram a sensualidade de uma maneira mais gritante. Sophia Loren e Jean Harlow não faziam o tipo ingênua e sensual. Eram assumidamente divas, com a sensualidade à flor da pele. E faziam disso seu melhor marketing, of course. Outras tantas foram pelo mesmo caminho

Quase Ingênuas  

Art Frahm foi um dos grandes mestres da ilustração nesse estilo, e retrata as talvez mais ingenuamente sensuais pin-ups de todos os tempos. Sempre em atividades corriqueiras do dia a dia de qualquer dona de casa da época, suas pin ups tinham um fetiche irresistível: a calcinha caída aos pés da dona. A celebre legenda "Ops, acho que deixei cair a minha calcinha" denta claramente as intenções do artista: na mais santa ingenuidade, a mulher pode ser sexy ao extremo. Mas seriam elas tão ingênuas assim? Hummmmmmmmm... ^-^
 

E passando para as pin ups de carne e osso, Sandra Dee encarnou a pin-up mais ingênua de todos os tempos. Era a mais fiel representação da boa moça para casar. Trajes comportados, cabelos ajeitados para se parecer com tantas outras adolescentes sonhadoras em busca do príncipe encantado, e papéis no cinema que investiam nesse estereótipo. Mas quem disse que os homens também não babavam pela donzela à espera do grande amor de sua vida? Há gosto para tudo no mundo, darlings!
 

Bonita e Burra? 
Marilyn Monroe pode ser considerada a precursora da loira burra? Creio eu que não, na vida real (leiam sua biografia e compreendam que de burra, La Monroe não tinha nadaaaaaaaaa!). Mas a personagem que ela encarnou nos cinemas foi a da bela bobinha. Mas, nada mais avassalador na época, para os homens, do que ver uma mulher encarnava no personagem da ingenuidade demoníaca. 

 

Mas como ficção e realidade são coisas bem distintas, venho eu em defesa de minha musa, que era linda, sim, mas não era burra além do estereótipo criado para as telonas. Em uma das biografias de Marilyn, escrita por Norma Mailler, há várias passagens onde ele relata a sede pela leitura que a moça tinha (o que a torna menos idiota do que se possa imaginar), suas atitudes ardilosas para o convencimento dos grandes diretores e figurões de Hollywood (aí sim uma típica pin-up, usando seu charminho básico para conseguir o que bem queria e entendia), sua personalidade forte pessoa quando fora das vistas do público, nada doce e angelical como a explorada nas películas (tem gente que odiava a moça, pq ela sabia ser durona, mandona e exigente quando achava necessário, mesmo que isso a fizesse passar uma impressão de ser uma mulher fria e calculista!), e, junto com tudo isso, uma mulher que adorava cuidar da casa, se gabava por saber cozinhar bem e cuidar de afazeres domésticos e uma amante inveterada dos animais.
 

Ou seja, Marilyn era humana! Adoro! ^-^

Femme Fatalle Noir  

No cinema noir, em voga nos anos 40, a mulher sedutora marcou seu espaço definitivamente. Buscando influências claras no expressionismo alemão, esses filmes retratavam mulheres sombrias, misteriosas e glamourosas ao extremo. As femme fatale do cinema noir tinham lá um caráter duvidoso, mas o objetivo não era apenas mostrar a percepção masculina de uma mulher má e sem escrúpulos, mas sim explorar a força e o poder feminino, proporcionando uma alternativa possível contra as opressões do universo masculinizado.

Pin Ups Modernas - Parte 1:  

Ok, esse assunto é mais complicadinho e merece ser biparcionado. Há pin-ups e pin-ups nos tempos de hoje. Nessa primeira parte, vou falar daquelas que se apaixonaram pelas pin-ups e tentam, com isso, fazer um revival mais fiel dos áureos tempos onde as mulheres se vestiam lindamente, tinham uma atitude glamourosa e sensual e charme pra dar e vender.
 

Para quem está nesse time, há uma identificação com a atitude daqueles tempos, não apenas com o lado estético de se vestir como alguém que veio direto do túnel do tempo. E nessa atitude, há quem se identifique com um ou outro estilo de pin-up, dos tantos listados aí em cima. Portanto, não há como uma ser exatamente moldada igual à outra, all right?

Pin Ups Modernas - Parte 2:  

Aqui entramos numa outra categoria: as super modernosas, estilosas, mega tatuadas, com roupas que lembram o universo vintage, mas que tem um ar de modernidade exautado. Elas não necessariamente se inspiram só na moda, embora a maioria, sim.
É fácil reconhecer essa tribo: cabelos vinatge, mas com uma estética mais agressiva na escolha de seus símbolos, que vão de mil tatuagens e piercings à caveirinhas decorando seus corsets. Não chega a ser um revival da cultura pin-up, e sim apenas uma inspiração para criar, em cima disso, uma nova estética (bem moderna, por sinal!)

A nova onda do burlesque Dita Von Teese chegou botando banca, fez sua fama e deixou bonita na cama, não é mesmo? Palmas pra elas, que conseguiu trazer o revival dos shows burlesques aos tempos de hoje, com glamour e classe. 

 

Nem todas são como ela, pois há quem se inspire nas dançarinas burelescas de antigamente, mas faça uma releitura mais moderna, como, por exemplo, Michelle L'amour. Igualmente válido, porém, um outro departamento.
 

Lembram daquelas dançarinas de cabaré, glamourosas, cobertas de plumas e paetês, que faziam strip teases, mas sem com isso ficarem totalmente peladas? É isso aí! A sensualidade explorada ao limite, mas sempre deixando um gostinho de quero mais. E nesse contexto, vale apelar para qualquer tendência: a femme fatalle, a donzela meiga e quase ingênua, a comicidade explícita, que torna o strip tease algo muito menos agressivo... legal mesmo é quem consegue, de uma performance para a outra, abordar atitudes diferentes. Viva!
It's only rock and roll:
 

Ok, saindo do universo pin-up a gente pode chegar num meio muito particular, o rockabilly. São os amantes do bom e velho rock, que adoram uma jaqueta de couro e uma saia rodada, que ouvem Elvis Presley e se acabam nas pistas de dança com o jive, o twisty e o que mais vier daquela época. Os fãs incondicionais dos anos 50 e 60, que andam por aí de topete e vestidos de bolinha vivem isso além da simples modinha, acreditem! Rockabilly que se preze é rockabilly em tempo integral. E as mocinhas, é claro, não 
Fontes
@ramona_tequila  by Fonte: Shaide Halim (Leio, adoro  e recomendo)

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